segunda-feira, 28 de julho de 2008

Barco de papel


Eu sumi pra sempre

neste vasto mundo.

Tô num barco de papel

no meio do oceano azul profundo.


Tô fugida daqui e dali,

envergonhada.

Por que depois de muito entendi

que eu parecia uma piada.


Eu tô bem sumida

Pra não topar com peixes traiçoeiros

Mas a minha mãe ainda quer que eu invista

numa vingança no velho estilo espreiteiro.


De momento

fico no barco ao vento...

quieta e remando enquanto canto


Aqui ninguém tem o direito de falar

e xingar o meu desafino.

Já que deixei tudo para trás

eu devia considerar-me um ser mais digno.


É, eu tô numa maré que vai e volta.

Logo ouço de novo

a voz da minha mãe que solta:

"Sabia que voltavas pra discutir o que eu tinha proposto."

domingo, 20 de julho de 2008

4 letras


Por que és tu e eu e não nós?
Poderiamos ser dois.
Ou um.

Eu tô só no lençol só
pensando no pecado que seríamos
e todos criticando a beleza do nosso ser.

Eu sorrio de mais olhando pra ti,
pulando e rodando cheguei a gemer.
E nada de você.
Nada.

To cansada de ferver
e me fantasiar de paetês.
Agora já é só teu nome
que me dá tanta fome.

Meu nervo rígido
nas noites tá sozinho.
Meu passado pervertido
não me aquieta nem nas noites de extremo frio.

O meu amor pulsa até querer explodir veias
estilhaçando meu silêncio em palavras suicidas.
Tô perdida,
se notares minhas face ficar vermelha.

Não deverias ser meu e nem fostes mesmo.
Sou defeito agudo
que fica de cama enfermo
e nunca, nunca sairá do coma profundo.