segunda-feira, 28 de julho de 2008

Barco de papel


Eu sumi pra sempre

neste vasto mundo.

Tô num barco de papel

no meio do oceano azul profundo.


Tô fugida daqui e dali,

envergonhada.

Por que depois de muito entendi

que eu parecia uma piada.


Eu tô bem sumida

Pra não topar com peixes traiçoeiros

Mas a minha mãe ainda quer que eu invista

numa vingança no velho estilo espreiteiro.


De momento

fico no barco ao vento...

quieta e remando enquanto canto


Aqui ninguém tem o direito de falar

e xingar o meu desafino.

Já que deixei tudo para trás

eu devia considerar-me um ser mais digno.


É, eu tô numa maré que vai e volta.

Logo ouço de novo

a voz da minha mãe que solta:

"Sabia que voltavas pra discutir o que eu tinha proposto."