quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Eu, o velho e a chuva


Passou-se o natal.

Uns amando, outros odiando.

O lado pessimista da festividade, serve de pele apenas para os que não encontraram as pessoas certas para festejar e no final da noite ficarem bêbadas por terem passado um pouco da dose simples de champanhe.
Nem pretendia escrever sobre a ceia familiar... isso é apenas um breve comentário, visto a falação do natal 2007: o mais sangrento desta última década!

Como em todos os anos de minha curta vida, passei longas horas na estrada escaldante rio-grandensce para chegar na cidade do interior onde parte da familia ainda mora.
O local de desembarque familiar foi a antiguíssima casa do sogro de meu pai, um senhor muito surdo, magro e teimoso ao limite de estourar a paciência alheia.

É véspera de vestibular... ao menos para mim. Estou tentando decorar a história do mundo e do brasil.. já que esqueci deste passado formidoso e cansativo ao longo desse ano.
Tentei tomar juízo e estudar o feriado inteiro.
Sei que minhas amigas ficaram a metros de distância de qualquer livro; pelo menos a minha cabeça ficou sem pesos rochosos sobre ela para serem carregados futuramente.

Mas ah, que sono naquela tarde de calor infernal. Após o almoço, sempre cai sobre mim a maldição da cesta. Um belo ronco após a barriga crescer de tanto comer. O pior de tudo era meu pai que não permitiria preguiças a esse ponto das festividades faltando pouco mais de 15 dias para as provas decisivas. Claro que o sentimento de culpa foi muito grande e firmei os olhos sobre a página.
O problema era a quase falta de ar, ou o abrangente ar morno e carregado que de tão gordo não passava por entre as narinas ou garganta seca.

Era calor, era sono. Não conseguia concentrar-me.
Foi afrontando-me que meu pensamento esvaiu-se de mim e fugiu para nem sei onde.
Minutos passavam e eu nem dava-me conta, e após horas de memória terem se passado, percebo que apenas 16 minutos diferenciava o passado do presente.

Distraída, acabei pensando em algo. Não propositalmente, foi despretenciosamente.
"E se faltasse luz?"
Ah.. mas ainda sim teria a luz do sol que iluminava fortemente a sala em que eu encontrava-me.
Eu olhei através da grande janela a minha direita e fixei o olhar em uma das quatro parreiras que se encontrava no jardim, formando um teto de folhas e uvas.
"E se chovesse? A ponto de ficar uma escuridão negra sobre esta casa e eu não enxergar absolutamente nada... afinal, eu já sou levemente míope. "

Fiquei imaginando a cena da tempestade e da falta de luz. Eu poderia dormir sossegadamente e sem culpa, afinal o que eu poderia fazer?
O velho passava por mim várias e várias vezes. Sempre observando-me com uma cara de desconfiado, como se eu estivesse tramando alguma coisa...

Que tédio.

Então em questão de segundos, após a primeira brisa refrescante de horas a fio... Uma chuva absurdamente forte varria qualquer vestígio de sujeira da cidade inteira.
Meus olhos encontravam-se arregalados e surpresos.
"Teria eu tanta intuição?"
Então trovões e relâmpagos começaram a acordar-me cada vez mais. Agora já não eram pingos que caiam, e sim pedras e mais pedras.

Bum!
Acabou a luz .
Neste ponto a minha boca já estava entreaberta e muito abismada.
Conformada com a estranha coencidência, resolvi deitar no sofá ao lado da cadeira em que me encontrava.
"Aaaah que sono, que coisa bom deitar e dormir.."

Quase num susto, abro os olhos e vejo o velho parado, olhando-me.
Ele na sua magreza e costas muito curvadas, mas ainda demonstrando seu porte de homem alto e saudável na juventude, ficou parado a pouco mais de 1 metro de minha pessoa.
O olhar em seu rosto era de indignação e certeza.
Desviou-se para a janela e olhou as parreiras, as pedras provavelmente judiariam de suas folhas.
Saiu vagarosamente em direção da cozinha...

Ele tinha mais certeza de minha culpa do que eu de minha coencidência.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Estranheza


Vivi.


E explicar isso parece-me tão dificil.
Não poetizar.. e só falar, digitar. Que seja.
Resolvi usar e abusar da tática de desabafo.
Mesmo sem sofrer ou penar por algo que necessite ser regurgitado para a minha boca.
Eu ando vendo tudo tão bem, cada fragmento e detalhe roído.. corroído pela minha visão pobre de mundo.

É conformidade totalmente inconformada. Saber da existência e seu motivo para depois lutar contra ele.
Não corro, nem exercito-me.
Eu vôo.
Plano na cabeça dos inseguros e comuns. Sentindo.
Não sei explicar sentimento, nem preciso falar dele. Eu sinto.
Faço-me toda assim: inocente. Não provei de raiva, ódio. Muito menos ausência, os torturados disseram-me para ficar longe dela.

Guardei toda a minha sensualidade em bolinhas de cristal dentro de meus seios, minha entidade mais preciosa... ansiosa esperando a libertação para um corpo desconhecido agrupar-se em sua companhia.
Amei.
Todos.
Em alguma forma de amor, cada ser colaborou em vida.
Mas amei aquele tão 'especial' que tranca vias respiratórias e bombeia freneticamente o sangue para o oculto.
Dexei de entender o que entendo e nem sei mais de amar.
Já que nem sei nada de mais.
Escrevo perguntando a respeito de minhas respostas mal dadas anteriormente.
Fui tão incoerente?
.
.
.
Vivi e por isso toda essa confusão de estranhezas.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Arrepio


E num tempo quase vazio
em um espaço quase cheio.
Vagar.
Papéis ao redor,
tanta bagunça a examinar-me.

O tempo mudou de salto.
Efêmero.
Eu fiquei parado aqui,
eu continuei.

Era escaldante lá fora.
Minha distração não notou
a vasta água nova a cair
e a pele a tornar-se crespa.

Peguei o frio,
o cheiro de terra
e o som "tuc tuc tuc" repetitivo.

Pingos raiando.
Olhos fechados.
Mandíbula cerrada.
O que resta é o que eleva-me

Só leva.

sábado, 24 de novembro de 2007

fervente


É no banho que mais sinto falta.
Água forte, grande pressão,
minha pele lisa naquele azulejo
distração... e quase vou-me ao chão
cadê a tua grande mão cálida?

Escorre de mim todo o furor,
comporto-me molemente.
Chego a lembrar do toque
por baixo desta água quente
minha pele tão branca
já está a mudar de tom

Torno-me avermelhada,
mas já nem sei o motivo.
Rubor pelo embaraçamento de lembranças?
Ou a temperatura deste box no qual me iriso...

Ah quanta besteira!
Tanta falação por uma carência.
Músculos relaxados,
vou abrir a torneira ao lado.
Solto um gemido aflito
e agora é outro sentido que sinto

É água correndo ralo abaixo
são vontades indo
e no lugar só o meu frio.

domingo, 18 de novembro de 2007

Poema triste




Não quis me importar.
Só deixar sentimento por ai,
bambolear nos travesseiros
pensando no pôr do cais.

Deitar no breuzinho do quarto
esperando até os mirantes marejarem,
lágrimas encaminhando-se para o meu traje.
Amanhã tomarei um trago.

Molhar a garganta
de tão ressecado o resto...
Esquecer que estivemos tão perto,
lembrar de esquecer que a lembrança não adianta.

Escrevi um poema triste
exatamente como não queria,
canso de reclamar da vida.
Defeito meu que me inibe.

Sonharei com o gasômetro,
seu frio num leve suspiro,
Nós papeando...
E o sol morrendo no "lago-rio".

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Presente não dado


Fiquei dando passos enquanto tinha relapsos,
entre balcões e prateleiras,
sem saber o que olhar.
Nem sabia o porquê daquele ambiente,
mas a tua lembrança estava no corredor de trás.

O fato de ter pensado em ti fez-me mulher:
Ser humano que retira-se da santa paz,
volta ao passado que não passou,
balanceia e permanece em pé!

Era presente de mim para ti...
Era como no meu sonho,
em que te entregava um singelo pacote
e entre risos e agradecimentos,
tu teimava em olhar meu decote.
Era o nosso tempo.

Eu sinto a falta disso,
apesar de não ter acontecido ainda.
Eu sinto a tua falta,
apesar de não ter te conhecido ainda.

Tudo que eu posso te adiantar
é que maçãs-verdes me fizeram escrever.
Catei 4 belos e formosos exemplares da fruta,
saí do mercadinho em direção de casa
cheirando... culpa das maçãs... culpa tua!

Esta sou eu querido...
Junto da maçã-verde que desfruto.
e talvez seja presunção nossa,
mas achamos que tu deseja ter nós duas em tua boca.
Talvez penses que sou louca,
mas esta acidez entre meus lábios
faz-me pensar em tantas coisas...


domingo, 28 de outubro de 2007

Sonho de uma noite


Achei-me perdida noite passada
entrelaçada entre braços e abraços.
despida de vergonhas
beijando amigos, fazendo novos laços.

Rindo a toa,
roubando a coisa que não se compra.
Afeição no sorriso de quem virou minha sombra.
Meus acompanhantes rebelam-me,
revelam-me.

Ah, rodopiando nas ruas,
bebendo, flertando...
Até que chegamos a um ponto
em que estamos em algum canto
enamorando, os lábios tocando.

Era noite, era verão...
Sei que são desculpas,
mas o calor causou toda aquela apoupação.
Ah, brincadeiras dessa nova estação.

domingo, 21 de outubro de 2007

Adornos







Espelho meu...


Visto-me de futilidades a enfeites da cabeça aos pés.
Uma decoração corporal em que me viciei para sempre.
Mudo olhos, mudo boca, mudo cabelos.
Pinto, cubro, desboto,
eu vigio os meus poros.

Podes dizer o que te vier a cabeça,
podes chamar-me de falsa e fingida.
Eu já sei o que tu pensas.
Vais dizer que eu engano.
Ah! Eu não importo-me com tua falta de encanto.

Apesar de todos esses adornos,
Garanto-me como figura bem quista nos meios populares.
Sei que o essencial não é visível
como o som da risada vinda de dentro dos lares.

Estás vendo só a capa amigo.
Deixe-me baguçar,
passar o batom, o pó, o rímel..
Deixe-me rebocar!
É só conforto pessoal,
tudo dando vida e mais cores à pele pálida,
cuja a tez parece tão fria e ensolarada.

Serei assim,
afugentando imperfeições.
Na pele, na vida e nas paixões.
Estou cuidando de mim.





Não vivo sem maquiagem.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Meu querer


Olhas corpo de mulher, definido em explícita metrificação de beleza, intensamente extensa.
Estás encantado com tamanha sinuosidade sintuosa.
Cada curva em que teus olhares resvalam, enquanto os quadris dela se encaixam.
Ah é bela forma enquadrando-se em meus esquadros.
Tão graciosa criatura necessita saber de mais uma conquista, totalmente merecida.
Está em mais uma cabeça pensante e ofegante.
Ela é tua, homem.
É minha.
Confinada em meu conciente totalmente lúcido.

Ela tem cabelos ondulados e cor de cobre, lábios rubros e olhos esverdeados.
Pele tão alva e serena.
Então por detrás de tão pacífica figura ingênua...
Ela mostra-se afogueada com aqueles seios encarnados.
Tocando a si mesma com seus dedos arqueados.
Seu suor já torna os lencóis ensopados...
Olho ela e vejo em seu indivíduo o diabo selado.
Ela não tem mais chances de salvação.
Diga-me ó senhor que todo este meu desejo não foi em vão.

Só resta o homem e eu na saleta onde encontrávamos todos.
Todos os três.
Éramos.
Apenas duas mentes sobraram para permanecer pipocando,
observando entre holofotes.
Qual será o mais belo e singelo
caminho condutor da satisfação?

Após ela..
A única coisa que quero
é poder querer
sentir um pouco mais do melhor prazer.



quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Bailando


Os segundos passaram, para assim eu poder escrever. Nos segundos de vida mudei, cresci e me transformei.
Sou semente a verter nestas letras.
Escrever como eu sou, essa total falta de simetria. É a minha grande falta de rimas.
Meu desejo, sem contornos ou bordas delimitantes, que fazem barreiras com o desconhecido!
Isso me lembra...

Outro dia desses...
Assisti tão bela dança!
Esta que é chamada de contemporânea.
Homens, mulheres.
Corpos a tocarem-se, a esbarrarem-se...
e a fugirem simultaneamente
de forma tão revoltante.
E são tão descordenados e belos.

Fiquei parada, olhando os corpos brancos e pálidos.
Brilhavam eles sobre a luz vermelha que batia em cada músculos e pele,
formando sombras rígidas.
Rigidez vinda das horas de bailar.

Toda essa lembrança contente, faz-me procurar jogos de palavras.
Quero que soe bonito,
que tu enxergues conflitos,
e que agora esqueça tudo o que foi dito.
Para pensar nas próximas palavras.
E pensar.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

seios


O grande problema desta história toda de se escrever sabendo que qualquer um poderá ler, é pensar nesses todos, quaisquer que sejam, pré julgando meus sentimentos e descontentamentos.


Minha instabilidade no reciocínio afrontando-me.
Falar sobre o que faço,
falar sobre meus estardalhaços,
e sobretudo, todos estes meus laços.

E como analisam-me!
Um feito comum entre meus semelhantes.
Fico tão reativa a esta injustiça

Assim, aos poucos vou perdendo minhas coragens.
Não admito... não mais os meus amores.
Estou tornando-me covarde.
É ciúmes,
são dores.
É insegurança,
é inveja,
são meus melodramas.

Tenho receio de dizer que temo...
e que busco carícias para os meus seios.

cheiro


Após aquela tua imprevista perseguição à minha pessoa
tuas tantas táticas de convencimento
acabo sempre encontrando-me onde tu te encontras.
tonteando-me apenas por lembrar do cheiro do incenso.

Misturo velhas lembranças
com tuas velhas histórias
ainda sou tão criança
nesta não tão diferença simplória

Bebidas e bebidas,
doces licores...
Tentando tocar-me tantas vezes seguidas
falando de teus amores.
É algum desconforto que abre a ferida
provocando a não distinção dos sabores.

Não saber dizer não
no meio de todas estas tuas flechadas.
E eu quase te pedindo perdão...
Estou fingindo liberdade de fachada;
contudo a culpada é a falta de aptidão
que deixa-me assim.. tão fechada.

Agonizante agora..
é perceber teu cheiro em todos os lugares,
como água da chuva que do asfalto aflora.
É perceber meus sentidos em pleno embate!
Pequeno olfato tentado irradicar-se
e arremessar-se em alto mar sem resentimentos covardes.

Fujo de todos os cheiros
assim como faço com a maioria dos beijos.
No momento, prefiro a solidão e meu anseio
ao invés de possuir um corpo doando-se por inteiro.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Brinquedos e doces




Lembro com tantos detalhes daquele lugar onde passamos tantas tardes a brincar.
Era um brinde à felicidade.. e brincávamos de paganismo sem saber ao certo se acreditávamos em algo além de nossos umbigos.


Era amor doce de açúcar caramelado grudando nossos dedos para eles nunca separarem-se.
A eternidade nos esperava.
Eu entornei toda a minha felicidade sobre tuas feridas.
Eu catei os cacos que se desprendiam de tua pele cuidadosamente e os colava de volta com Coca-Cola, teu grande vício naquela época.

Em algum segundo achei que haveria mais futuros neste mundo de fantasias.

Eu estava a salvo ao teu lado, atrás daqueles muros que criamos com todos aqueles gibis e cds bregas da infância.
Contigo ouvi a primeira música em francês, contei e acreditei nas primeiras mentiras.

Nós caímos por todos os lados e nunca choramos pelo que foi enterrado vivo.
Foi semente.
Anos enterrada e crescendo para aflorar em algum novo segundo.
Durante todo esse tempo nem sabíamos por onde andávamos.

Dias, meses, anos... Eu me protegi.
Proteção dada ao meu coração através do sentimento de nostalgia, e tudo por causa de toda essa afeição e apego que nunca esqueci. Algo bateu em nossas cabeças e percebemos que não havia motivo para todo este desentendimento sem o mínimo fundamento.

Como crianças que acabaram de se conhecer, cada novidade vira um brinquedo ou um doce... Redescobrimos nossa história que transforma-se em uma felicidade notória.





quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Espaços


"Quero que tu cantes comigo"




Lembro-me perfeitamente desta frase.
Foi um bonito convite de aparência sincera e agradável.
A princípio imaginei a cena e até ouvia nossas vozes encerradas dentro do barzinho.
Fiquei feliz e já pensava nos arranjos e na música escolhida.
Um lindo dueto... como Björk e Thom yorke cantando ' você não viu elefantes, reis ou Peru...'

Hum... linha de raciocínio cortada pela lembrança de haver um porém!

Um pequeno detalhe veio à tona e com ele, de acompanhantes, o desânimo e a desistência da nossa linda cena.
Sei que tu ficarás desiludido e tristonho... sem conseguir compreender o que se passa em minha cabecinha agitada.
Porém eu afirmo-lhe que tenho apenas duas certezas nesta vida: a de que este nosso plano de atuação em conjunto não dará certo e que todos morreremos...

Não te irrites...
Vou tentar explicar-me..
Encanto-me com tua banda e esta criatividade, que tu mostras para mim cada vez mais em cada minúsculo som a misturar-se em meus tímpanos.
Contudo, não há espaço para minha pessoa neste teu agrupado de gente a serviço da arte.

Olha bem para os teus companheiros...
Entre figuras masculinas despojadas de frescuras, existe uma pequena criatura com mais curvas e delicadeza do que pensávamos ter visto na primeira olhada rebuscada.
Linda mulher aquela que esgueirou-se para dentro de teu mundo e que chama todas as atenções para sua pessoa.
É o toque suave que faltava para equilibrar virilidade e beleza nesta música que escuto.

Enxergas agora?
Não há espaço para nós duas convivermos em harmonia; sem desprezo, ciúmes e disputas infantis...
Tenho orgulho suficiente para admitir que não pertenço a este grupo.
Peço teu respeito perante minha decisão ,pois sabes que estou certa.
Desejo-te sorte! Saibas que sempre estarei onde tu estiveres para ver-te cantar e tocar ao lado da outra mulher.

Mulher esta que está ao teu lado, contudo não dentro de teu coração, pois este espaço achei primeiro e estava vago.

domingo, 23 de setembro de 2007

meu menino


Ai que vontade de ser tua amante.
Apenas isso.
Tão pequeno e frágil esse menino.
Quero o teu beijo após aquele teu olhar
que nunca entendi ou desviei.
O único de todos.
Ai que bonito esse menino.

Nem é tão valorizado e notado,
mas é só tu olhares na direção daquele olhar esverdeado
ou daquele sorriso perfeito e rente,
serrando os nossos dentes
Sintonia!
Faz parte da nossa atuação

Eu não pedi que tu tirasse o meu ar
e me tirasse do chão de nuvens que estou a pisar.
Não era pra deixarem que ele se aproximasse...
mas que doce paisagem!
Sempre que nos vemos a brincadeira do devaneio reina!
Ai que menino bonito.

Quando unidos, amolecemos a princípio
escorregando entre dedos e pele.
Ah, mas enfim enrijecemos toda a musculatura,
virando uma única mistura.
Somos tão bonitos.

Ele parece tão menino!
É o que dizem...
São desentendidos dos nossos assuntos,
por que tudo o que eu quero
é que tu entregue-me tudo o que te pertence
por que tu sabes o que eu preciso.
Esse menino tão franzino...
Que me reconquista cada vez que eu hesito...
para sempre lembrarei de teus olhos travessos,
olhando-me enquanto recosto-me em meu travesseiro.
Mesmo tua única preocupação ser conquistar meu beijo.

sábado, 22 de setembro de 2007

Filtro natural




Até certa idade permaneci fechada, num casulo protetor de tombos.
Assim como a maioria, que talvez permaneça desta maneira por conveniência em toda sua existência.
Eu era o padrão, a cor bege que não agride os olhos sorrateiros e forasteiros.
Assim, apagada.
Tentando forçar meus pensamentos a obedecerem os lados "tendiosos" da vida.

Retirei os óculos , virei loira, usei as roupas da moda e conquistei a todos de acordo com o comprimento de minhas vestimentas.
Eu era como o "todo mundo" e eu atraía esse amontoado de gente.
Eu atraía tudo! Eram pobres de espírito e cabeças vazias a me rodearem como corvos famintos.
Já que eu era igual a todos e quase todos eram inúteis, descobri que definitivamente eu deveria ser uma quase inútil como quase todos.

Quem eu pensava ser?

Foi torturante mudar.
Cadê aqueles olhares devastadores que me perseguiam em qualquer avenida?
Olhei o espelho e vi uma guria como eu, que seria de qualquer guri.
Peguei a navalha sob o bidê, e com ela retirei todo o peso da comodidade e do padrão estético estampado no corpo.
Sinto fios arrepiados roçarem a pele nua de minha nuca repetidamente. Fios cada vez mais curtos!
Eles já são escuros e discretos nesse ponto; ainda sim eles chamam mais atenção que anteriormente.

Eu tornei-me o filtro de cigarro, reduzindo significante o consumo de drogas legais e ilegais.
A imagem transmitida do que sou para os olhos diversos é a pré-seleção dos corações dignos e leais.

Eu atraio os meus semelhantes .
Filtrei o conservadorismo, a mesmice, a falta de expressão e o preconceito; apenas trocando de pele como uma bela serpente.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Dores Crônicas


Quero ser uma crônica
Uma história leve e com frescor.
Prenderia a atenção alheia mostrando os pontos fracos do ser.
Seria eu um homem como todos estes a circular e a especular sua superioridade.
Seria belo, charmoso e encantador... Arrancando olhares discretos nos bairros bem vividos.

Eu como homem, seria indestrutível e altamente protegido por detrás deste meu sorriso.
Aos 30, teria em mão o maior segredo: conquista!
E digo entre todas... é quase como estender a mão para a livre escolha. Enquanto isso as outras estão escabelando-se, pois envelhecem!
Por isso virei homem.
Repara como a beleza feminina segue em traços delicados e maliciosos com todo o descuidado possível.
Assim não faço esforços e ainda fico a observar.

Viveria em cada esquina sem doutrinas a brindar tamanha fartura.
E como boa crônica, teria um momento de devaneio e desilusão para reclamar das atitudes tomadas até o momento.
Quero falar sozinho e desencantar amarguradamente para então algum corpo acolher-me ficticiamente.
Já afirmo que o correto é não fazer o que se sente!
Aos 30 nem sei sentir afinal.
Finjo.

Pensar sobre perdas e ganhos, sexo, drogas e algum mais som.
Talvez tudo isso seja inspirado no filme de ontem à noite na TV a cabo.
O querido Jude em ‘Alfie – o sedutor’ vangloriando-se incapaz de prender sua imagem à outra.
Ele teve todas que quis, ele amou todas realmente.
Talvez por 5 minutos... mas amou.
E impressionava-se como conseguia escapar de tormentos e viver tão calmamente e feliz.

Um dia pensou: eu dei filhos, experiência, lembranças, prazer a todas elas.
E eu estou aqui só, como deveria ser.
Perdi todas que amei.
Não restou nada... é assim que devem ser as crônicas de minha vida.

‘Homem, 30 anos, rico e bonito procura: felicidade!’

domingo, 9 de setembro de 2007

Impura


Até que ponto o ser humano consegue afugentar-se de tentações carnais?

Pecados leves e torbulentos não devem ser vistos como algo vindo do mal.
Descrevo os de pele, claro.
Para que serve a cobrança de manter-se em cativeiro e não usufruir do que nossos corpos são capazes, se eles foram feitos por intermédio do uso do prazer?

Tanta mediocridade dos castos que por baixo dos panos são depravados.
Como animais de estimação, tão treinados a fazer as mesmas brincadeiras de sempre e quase nunca com permissão de seguir seus instintos selvagens.
Assim tornaram-se os que voltam-se para mim.
Como boa casta que não sou, abandonei estes círculos ridicularizados por mim e estou a frequentar as ruas mais escuras deste portinho.

Sempre tive vontade de falar sobre este chamado enlaçamento entre duas ou mais pessoas(a seu gosto e preferência) pois sei que a minoria não o faz mas a maioria o aprecia às escondidas.
Santa promiscuidade que manifesta-se de forma exagerada para o grande público e é o peso que acompanha os conservadores na balança da hipocrisia humana.

Enquanto isso, tu só assistes esse falatório que tenta justificar a minha vontade de gritar e gemer sem vergonha de todo esse clímax.
Até penso em dizer-te:Vamos lá e tire tudo!
Você sabe de sexo, você ama sexo, você tem sexo, você quer sexo. De uma maneira ou outra, feliz ou infelizmente.
E não venha negar para o mais próximo que percebe os fatos desconfiado.

Essa sensação nem precisa ser devastadora com toques efusivos a estrassalhar os amantes. O simples ato de respirar e suspirar contra a pele do ser escolhido da noite já traz à tona a vontade de todos virarem apenas um, unidos da forma mais inconveniente se possível.
O fácil vai trazer o famoso 'tédio' em questão de instantes de desejo.
Então respire em mim.

Retirei as restrições e peço a todos que façam o mesmo e divirtam-se do jeito mais promissor.
Só digo que nada foi mais proveitoso do que os toques recebidos impuramente nesta existência tão curta que tive.


quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Transparecer


A voz passa a sair dos lábios
bailando levemente no ar.
Quebrando silêncios diversos
toco até o que eu não quis tocar!
São seus ouvidos.
.
Tu estás a assistir-me pausadamente
e o que se passa em minha mente
é se agrado-te ou estrago este nosso laço.
que acredito infinitamente não ser dos mais fracos.
.
É som e voz tentando acompanharem-se mutuamente
E todos estes agudos gritantes que nem sei mais a quem interessa.
Tão decorrente.
Pulmões arfantes... e sei que estás a vigiar meus milímetros.
És vagaroso
penso que enxergarás até meu canto de pele mais íntimo.
.
Estamos naquele bar-café da esquina mal frequentado
e não é surpresa algumas lâmpadas estarem queimadas
sentada no meu banquinho sem um violão ao lado..
devido à falta de tempo dedicado à música amada.
.
Lugar vazio.
Só a voz dos lábios e seus olhos que teimam em ouvi-la.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Tratar a chagas...


Nunca seguiria carreira médica.
Sim, sempre comentei que não suporto que falem de sangue e agulhas, embrulham-me o estômago!

E olhe, que tempos atrás quando não havia uma personalidade formada em meu ser, pensava que seria gótica! hahaha
E procurava no fundo deste meu corpinho alguma vontade de adorar sangue.
Não funcionou como já podem ver.

Mas todos estes desgostos e repugnâncias que rodam a minha cabeça não são os motivos de não apreciar a área da saúde.
Vocês imaginam aqueles seres que adornam seus corpos com aqueles trajes brancos límpidos a chorar?
Faço esta pergunta pois ontem, no domingo entedioso de sempre, vi uma cena em que a doutora bonitona derramava aquela única lágrima estratégicamente posicionada durante um momento qualquer.
Penso que médicos precisam ser levemente desalmados e frios.

Ah, não quero ser preconceituosa nem subjulgar! Mas pense! Eu não conseguiria perder um paciente e não debulhar-me em lágrimas!
Muito menos ver todo o sofrimento do ser humano e permanecer ali frígida.
Tu darias uma notícia de morte sem chorar?


Nem sempre parece, mas sou realmente emocional.
A cada segundo me aparecem vontades estapafúrdias!
Incontroláveis!
Se obrigarem-me a controlar todos este descontrole dentro de mim algum dia, e virar uma médica, desculpe meu bem, jogue fora minhas cinzas então!

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Minhas caras amigas...


Cada decisão tomada não foi pensada.
Ou foi?

Eu sou tão emocional...
Ou não sou?

Eu quero amar, mas não entendo desses sentimentos melosos que fazem todos penar.
Se for pra sofrer, da mesma forma que vejo amigos e conhecidos amargurarem de dor por um companheiro vinculado à nossa paixão, não quero amar.
Justo eu que sempre fui expressiva e distraída sem preocupações... Preocupo-me agora!

Não quero fazer comentários machistas, não obstante reconheço que este ser, chamado mulher tem tanta fragilidade em sua doce estrutura.
Belo ser, nesta sociedade desmantelada, e é tão mal tratada.

Corpo e alma sofrida. Assim assumo ser de bom agrado, sem vergonha de minhas antepassadas, e por isso afirmo meu descontentamento perante meus sentimentos neste momento.
Amor dá medo.
Admiram-nos pela beleza, como as rosas, para pouco além perceberem que temos espinhos! Então, arrancam-lhes, estes defeitos que fazem parte do nosso ser.
Ou pior, após a primeira pétala cair, nos jogam fora.

É, estamos cada vez distorcidas.














Podem chamar-me de mulher, tão emocionada e comovida!
Por que eu acredito no romance, e sei que um dia algum perdido por ai, nas ruelas desta cidade enxergará toda esta minha estrutura!
Cada alma e beleza tem seu destino, e eu acredito no meu.


terça-feira, 28 de agosto de 2007

Penso.


Eu mexo, eu não mexo, eu sou mexida e eu mexo nos outros.

domingo, 26 de agosto de 2007

E quem está a mexer nesta história toda afinal?




Faz quase 3 anos que ganhei um cd do 'Legião Urbana' e apenas meses atrás passei a ouvi-lo.

Existia a total falta de maturidade para entende-lo.
Eu era adolescente(tu provavelmente irás pensar que ainda sou), ouvia falar de nomes importantes e apenas devido a esse fato, passava a achar que realmente aqueles nomes eram importantes.

Cabeça pequena de adolescente.
Meses passados comecei a entender gradativamente o que é importante.
O que é importante para mim.
O resto não é.
Não para mim.
É o que agrada, revolta e comove.
Legião começou a transmitir esses três sentidos à minha vida.
Virou importante.
Mesmo que eu não saiba a sua total história, não tenha decorado suas músicas e não tenha tempo depositado para admiração da mesma banda; importa-me.

Ouvir aquele homem berrar aos quatro ventos, em frente a uma multidão de fãs impulsionados àquela vontade de fazer algo a mais, mesmo sem saber o que fazer com as próprias vidas.
Ele tentava dizer algo para aqueles que eram marginalizados por algum motivo da sociedade. Mal parecia saber o que dizia, sabendo completamente tudo do mundo. Ou nada.
"Eu gosto de meninos e meninas" acho que ele dizia... como quem sente o poder de ser o que é sem pensar nas consequências.
E ele pensava.


Não ouvia essa banda. Mas tinha a 'certeza' de que era excelente, afinal todos diziam que era!
Nem dei-me o trabalho de tentar descobrir por mim mesma, tinha medo de talvez ouvindo, tirar as próprias conclusões.
Vergonhosamente ou não era totalmente alienada! Hoje sou provavelmente metado do que era.
Vergonha?
Talvez.
Talvez.

Tinha o medo de passar a vida de juventude sem passar por revoltas e passeatas que nas gerações anteriores ocorreram e mudaram totalmente o meu presente, passado e futuro!
Como eu queria lutar!
Bem, não participei de passeatas e tumultos nas faculdades.
Infelizmente faço parte da também 'Geração coca-cola'...
Não fiz nada de tão importante ou revolucionário, enxergo isso e conformo-me. Cada pessoa tem um papel no planeta.
Para gostar-se de arte não é preciso saber desenhar.

Como em algum lugar ouvi: Há pessoas que mexem, umas que não mexem e outras que mexem nos outros.

Música não é um ser ou pessoa e mesmo assim mexe comigo.
Eu sou a pessoa mexida nessa história toda.
Não tenho mais vergonha.
Nem mais de desagradar e não fazer a maldita forma comportamental dentro dos costumes dos velhotes conservadores ou até do maior amalucado!


Foi ouvindo Quatro Estações que notei ter crescido e desapegado às importâncias de criança que não servem para enriquecimento da alma.
Sou totalmente como nas músicas! Distraída, impaciente e indecisa.. continuo confusa, mas estou tão tranquila e contente!
Não sou mais criança, a ponto de saber de tudo!
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Eu sei todas as verdades de mundo.
Como qualquer adolescente que adora dizer que já é adulto!

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Corpo


Aprendi a apreciar cada dobrinha do ser humano.
Estou expressando-me perante a visão do físico de toda essa gente já tão exposta!

Como é lindo eu, tu, ele, nós!

Somos.

É tua pele que te mostra por fora, tua casca mais bruta que não te diz quem és, apenas tenta ser tua pessoa.
Cada ruguinha, macha, sinais...
Me apaixonei por defeitos tão perfeitamente calculados!

Como és belo!
És todo assim.
Observar-te totalmente nu, despido... tentação acobertada em sonhos.
Ver-te sem pudores puxando minhas mãos em direção as tuas.

És tu por si só, sem colocar ou tirar, apenas satisfazendo minha ânsia de corpo.
Com todos os teus erros(defeitos) és linda criatura!
Estás entre meus dedos quase tremendo, apesar de fingir que não, e eu estou recostada em teu ombro, abraçando-te por trás.
Vejo orelha, cabelos, poros!


Sou tua lupa para observação desta última questão ridicularizada neste complexo mundo:


O que é belo?

domingo, 19 de agosto de 2007

Fadigas. Elementar meu caro!



Pensei ser previsível.
Achei que meu passado demonstrava a minha segurança e certeza em atos corriqueiros.

Descobri que tudo é e não é passageiro!
Ultimamente ando sugando todo os suor de cada momento. Eu encharco-me de toda a compaixão por meus próprios sentimentos.

Cada segundo.

Eu olho lábios, vejo mãos, sinto risadas chegar à minha pessoa e todas essas sensações boas!
da mesma forma que perco toda a compostura e leveza ao ter minhas feridas abertas por algum desalmado.

Tudo é passageiro!

E me marca para a minha viril eternidade.
Nada mais é como antes.
Tudo o que estava pretendido, todos os meus planos se desfizeram.
E não achei ainda quem culpar.
Permita-me gritar: a culpa é toda tua!!
Grito para o vento que desordena meus filamentos.

Culpa da semente da dúvida?
Somente o singelo e estrondoso amor.
Amo tanto que confesso não saber amar.
Não sei distingüir tonalidades, e dosar as facadas e carícias.
Não sei amar.

Vulnerável.

Assim pegastes-me.
Sem conduta, direção ou vigor pscicológico.

Texto sem conexão alguma, pura fertilidade de meu cérebro tentando humanizar minhas fadigas internas.



Palavras.




segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Meus lençóis.

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Eu quero passar uma manhã ensolarada enrolada entre lençóis brancos, em uma cama confortável, com o meu ser amado a enroscar-se no meu pescoço, coxas e tronco!
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Chego a ter sonhos!
E tudo em torno dos lençóis brancos. Ah! E que as roupas de cima e de baixo também sejam!
Não sei dizer-te se é fantasia, desejo. Apenas sinto um bem estar ao pensar na leveza desta cena.
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Quem sabe o motivo seria a chance de poder te ver mais a fundo, te enxergaria melhor se a luz penetrasse entre lençóis(obviamente, brancos).
Veria tuas caretas, sorrisos(ah, eu escutaria), seria teus músculos a contrairem-se após meus ataques de cócegas!
Quem sabe teus pêlos arrepiem-se quando eu passar minhas unhas pelas tuas costas nuas e morder-te serenamente no lugar mais puro(ou imundo) de tua mente.
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Quero afagar, abraçar e permanecer nesta situação por favor!
Deixe-me aqui enlaçada por estes panos. Deitada de forma tão sonolenta, preguiçosa, desopilando todos os meus planos.
Bocejando!
Tão distraída, naturalmente radiante sem retoques no rosto e corpo.
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Digo-te: sinto-me totalmente esguia!
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Reparastes?
Tenho essa mania de imaginar imagens lindas sonhando acordada todo o dia.
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Então, escrevo.
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sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Apenas 1 noite de café-com-leite



Uma lembrança veio-me à cabeça noutra noite.

Nada tão criativo, apenas uma descrição de um fato passado. De tanto tempo, meus cabelos ainda nem eram cor de fogo!
Eram mais como um dourado ou como um fino fio de mel escorrendo de uma colher!

Foi em uma noite quente, mas uma leve brisa teimava em bagunçar meus cachos já antes desordenados!
Peguei minhas amigas pelas mãos e carreguei-as até uma barzinho onde eu pudesse dançar, resbalar pela pista e gargalhar sem segundas intenções!

Que lugar cheio era aquele! Praticamente absurdamente lotado! Suas paredes cor de sangue chegavam a escorrer tanto era o calor humano a ser exalado dos corpos! Fios de água a percorrer caminhos até o chão.. jurei que era sangue! Jurei!

Como mal conseguia movimentar-me, acolhi-me em algum canto e ali esperei ANSIOSA por um breve momento definitivamente eplendoroso! Assim se passou mais de hora... O sono batendo em minhas janelas(olhos)! Ânimo!!

Não desisti!
Quando já era passada 3 da madrugada, talvez o 'demo' tenha acordado e resolveu ajudar-me.
Não é que entre toda a esculhambação de homens e mulheres a encostarem-se repetidamente... eu vejo os dentes mais brancos!

Rapidamente aquele rapaz com jeito de moleque alcança minha posição(afinal, já tinha percebido meu olhar, olhares!) e incansadamente pede que eu aceite dançar aquela música brasileira que bate forte na cabeça e não sai por pelo menos 3 dias da mesma!


Aceito!
Sou eu loura a dançar com aquele que menos aparece no escuro, apenas seus dentes e olhos brancos chamam-me a atenção nos segundos que vejo seu rosto. Os corpos estão tão perto, colados, naquele grande apertume; estou quase aflita por adorar a situação, estou a balançar-me de um lado ao outro!

Somos o casal mais chamativo, o famoso "café-com-leite" e naquele momento sou totalmente daquele negro que gira 360° ao som de "Ai meus deus, ai meu deus o que que há? A nêga la em casa não quer trabalhar, se a panela tá suja, ela não quer lavar! Quer comer engordurado, não quer cozinhar(...) quer agora um cadillac para passear! ela quer me ver bem mal, vai morar com o diabo que é imortal(7 pele que é imortal)!"

Bocas, beijos... tão amistoso!
Engraçado, divertido... e culposo! Sabia eu, que esta seria a primeira e última vez que o beijaria.
senti-me suja por usar do pobre homem que salvou-me de qualquer estabilidade(meu grande tormento).
Medo.

Despeço-me, dou o número errado do celular, digo o nome incompleto, vou embora com o tormento do medo.
Por que não consigo arriscar?


Quero alguém que apenas diga: Por ti eu irei arriscar!
E socorra-me antes de eu me atirar em algum lugar, sem ar.


domingo, 29 de julho de 2007

Sinceramente


Hum, então.
Resolvi escrever-lhes em meu melhor ângulo. Aquele em que fico feliz ao ouvir sons e ver imagens de sorrisos.
É cara, felicidade.

Eu sei que os tempos andam difíceis.. Há pessoas a morrer, sofrer e a se morderem de forma inusitada(tamanha raiva)! Mas meus caros amigos , conhecidos e estranhos... por que tanto pessimismo?? Está certo, um pouco de drama estimula a alma peculiar de cada ser, porém o que não entendo é esta vontade de não querer!

Nada querem cristo! Desculpem-me a expressão religiosa mas é assim que meu censo popular aciona minha massa cefálica.
Peço que tentem 'querer'!
Eu sempre quero tanto.
Ah, digo que quero abrir os lábios em um vagaroso sorriso de abrir os olhos até do pior ranzinza de plantão! Será a minha luz refletida no mundo.


(...)


Sabe, eu até perdi a linha de raciocínio.. simplesmente olhei para escuro de meu quarto ouvindo 'mon petit vieux' - entre outros títulos franceses - senti frio nos pés lembrando de cenas típicas de inverno onde as pessoas podem abraçarem-se e aquecerem-se. Tudo é tão típico!
Ah, lembrei o propósito do texto.. Demonstrar a minha satisfação com minha capacidade de estar feliz! Pode até soar estranho, mas eu sei ser feliz!
As limitações não parecem celas de presídio.

Eu sei que estou transbordando em 'clichêzismo' .
Acabo vagando em torno de meus pensamentos pois estou tão aérea!
Praticamente drogada. Alucinógenos doparam-me de alegria e contentamento.

sábado, 28 de julho de 2007

desculpa o auê!







Eu juro que estou tentando escrever. Digo, caiu um cisco em meu olho direito e juro que está a encomodar-me de uma forma praticamente intolerável.

É uma dor palpitante e aporrinhante, como suco de limão em um corte no dedo feito por uma fina folha de papel.

Juro que preferiria escrever sobre calores, amores e algo a mais com outros sabores.
Mas, ah que inferno, só penso nessa sensação de agulhas a perfuar minha pupila.

Logo neste dia, em que tudo parece estar certo, correto. E meus reflexos pediam movimetos dos dedos sobre o teclado de forma totalmente diferente! Pedi alegrias e simpatias, não esta irritação contínua!


Meu estado físico não está acompanhando o lado psicológico do órgão que se encontra na cavidade central de meu peito.
Estou a lembrar da primeira vez que coloquei meus pés na grama da fazenda de meu avô e a lembrar da ardência que senti ao pisar pela primeira vez em uma planta chamada urtiga!
Nunca mais a natureza pareceu-me a mesma.

Não estou fugindo do assunto 'olho-agulha-DOR-etc..'! Mas qualquer momento de encomodo transparecerá tão insignificante! Estou a fazer comparações caso não tenha notado!

Ainda tenho que retirar toda a espessa camada de maquiagem de minha pele nem tão perfeita(inclusive tudo aquilo que se encontra ao redor de meus olhos) . O problema é a coragem! Por favor não arda, por favor não arda!

Queria permanecer aqui escrevendo e dizer algo interessante e tocante. Porém, hoje é só. Preciso dormir e recuperar a visão que já não é lá essas coisas! Meus olhos serão bem tratados-morreria caso eu não mais os tivesse- belezas de mundo me intrigam de mais para serem jogadas ao vento/lixo.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Um dia quis cantar e escrever o canto.


(obs: Há tempos atrás tentei escrever música, notando o fracasso, voltei para o mais esperado. Nada a mais nada de mais... Só rimas soando algo tão falso. Porém no momento foi de grande utilidade para libertar-me de angustias.)



.Me deixe ir embora
..por que que custa tanto pra você
...meu bem
....é só passar por aquela porta
.....é só ir embora
......sem brigar, sem falar
.......só me deixando para trás


.vou respirar
..todo o ar.
...nos últimos segundos que nos restar,
....de alguma paz
.....vou dançar, cantar
......mesmo sem motivos pra comemorar

.tirarei todo peso do mundo
..até a dor lá do fundo
...o mais profundo
... amor
....serve para por
.....um pouco de alegria
......naquela vida
.......sem sabor

.vou respirar
..todo o ar
...nos últimos segundos que me restar
....vou dançar, cantar
.....mesmo sem motivos pra comemorar

.me deixe ir embora
..mas não vá lá fora
...já não quero ver caras de derrota

drinks dizem

... ou dará nisso:


Corrompimento, causa: álcool


Tento a minha pessoa mostrar...
Mas nada sai!
Então a bebida entra,
para a diversão começar.
.
Ai ai, mamãe sempre dizia para nada beber,
a não ser que fosse guaraná
para nada me acontecer!
Mas são copos com limões e algo mais quente
que não param de rodar dentro da minha mente.
.
Bebidas podem ser valiosas amigas.
Elas surgem como uma desculpa que fascina!
É a culpada da besteira.
Mas no momento me parece perfeita:
‘Desculpe a outra noite,É que eu bebi!’
Bebi.
Mas...Ah sim, claro!
dizendo vulgarmente: 'me diverti'
.
Credo e se vissem o que escrevo!
O que iriam pensar de mim?
‘Pobre criança perdida e infeliz!’
Só resta-me então rir!
Tudo fica mais fácil
O simples se torna hilário
.
Durante a bebedeira
não há preocupação e muito menos hesitação!
Já que toques são tapas
e beijos são chupões
Verifico que a bebida é a anestesia das emoções.
.
Então faça em dobro
se não nunca será o meu dono!
Qualquer dificuldade,
fuja em busca da bebedeira!
Você já deve ter notado
que eu não sou uma freira...
Muito menos uma fresca.
.
Vamos em frente
que desse jeito aceito até uma cerveja!
Sem querer acabo fazendo o que você deseja!
E não nego quando diz: me beija!
E no meio do bafafá vêm os segundos de lucidez!
.
Que inúteis.
.
Bem agora que era a minha vez!
Era a adivinhação de mamãe dizendo:Isso é para o seu bem!
Ok ok!
Já parei.
.
Vamos embora...
Mas quem sabe qualquer hora
as cenas voltem dentro da memória...
E ah meu bem... a qualquer hora
Nós teremos mais uma nova história!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Brinquedo do amor!

(obs: talvez o grande problema de um poeta é que ele obriga-se a ter coragem de falar, nem que seja para extravasar-se em palavras indiscretas. perdão! Não consigo conter-me!)


Então nos ultimos dias andei pensando
em meus amores feitos e desfeitos.
Já parei... pois cansei.
Só de pensar em todos que beijei e flertei.
Já são histórias para os netos.

Estou no momento de pensar no que acontecerá.


Jurei que não gostaria de alguém.
Porém adoro quebrar promessas.
Estou expressando a minha rebeldia cantando poesias
e tentando não falar de você.
Nem pensar nas palavras que diz.
Mas por que tinha que falar tão bonito?


Juro novamente que prefiro estar só em meu canto.
Mas juro que você tem algum encanto.
E todos dizem que sou louca
e não entendem.
Eu sorrio pensando em coisas.
Digo coisas, por que "coisas" podem ser tudo
e contigo penso em quase tudo.


São coisas.


Você que está lendo meus escritos.
Pode imaginar o que quiser.
Estou importando-me com o meu desabafo..
Não com opiniões vindas do outro lado.
Ah! E eu fico ouvindo cazuza e seus dizeres
'mas eu preciso dizer que te amo'
e somos nós contando casos besteiras..
Improvisando!


Posso dizer que não utilizei previsões.
Foram emoções lhe contando sobre meu espírito.
Estou brincando de gostar!
Brinquedo novo que a criança se encanta e brinca.
Transborda os seus dias com pequenas alegrias.
Meu brinquedo de amar.
Parecem exageros...mas eu tenho que confessar..
Eu incrivelmente não tenho medo!


meu bem.. será que ja pensou em como seria o primeiro beijo?

vamos brincar de amar?

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Que grande obsenidade minha filha!

texto antigo...

"A verdade dentro da cabeça"

Será que tenho poucos desejos?
Acho apenas que sou uma pessoa normal,
que sente coisas normais.
E eu sei que tenho muitos desejos.
Não tenho culpa,
apenas tento não seguir os meus instintos para não cometer uma loucura.]
Eu sou uma pessoa normal e como tal,
tenho apetite sexual,
tenho aquele desejo carnal e sei que posso ser sensual.
Mas não me leve a mal.
Sou apenas um um ser humano que tenta ser mais racional do que emocional.]
Que grande erro fatal.
Digo apenas que quero mais do que alguns segundos de carinho...
E mais do que alguns minutos de impulso.
quero a mais plena e imensa sensação de possuimento.
Com todo o meu contentamento
e todo o seu pensamento....
Focado em mais do que apenas o meu corpo.
Foque na minha alma.


quinta-feira, 19 de julho de 2007

A mais bela e linda...



Passei pela noite mais bela.
.
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Até agora sinto-me desnorteada e sufocada dos tantos prazeres sonoros guardados em minha memória!
Esta noite foi o adeus e o olá do atrevimento de seres o mais encantador cantor.
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Queria que acreditasses que não tirei meus olhares de teus olhares nem por um só breve suspiro!
Fiquei ali a sorrir e te apreciar.
Mal conseguia pausar ao menos para provar o gosto da bebida da noite.
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Tu nem sabes! Nem compreendes! Usas e abusas de teu dom para enfeitiçar pobres almas errantes soltas na platéia a fitar teu semblante ... ao olhar-te, sinto que sentes calafrios.
Mas... ao olhar-te, vejo de tua boca, sairem vazios cheios de entorpecentes tentando enlaçar-me e embebedar multidões.
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Como estátua ali permaneci durante algumas horas... Até ouvir a declaração de que tu irias embora!
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Pergunto-me se não tens um pouco de compaixão por minha pessoa que só fez te bajular. Aturei desaforos dos outros, os quais questionavam-me sobre esta minha coragem de admirar-te demasiadamente, abusivamente, excessivamente, descomedidamente e todas as palavras que parecem sinônimos destes adjetivos!
Digo 'parecem sinônimos'... pois os mesmos não existem! Acredito em Quinatana quando esse disse que sinônimos são para aqueles que não conseguem distinguir as diferentes tonalidades das cores!
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Agora, enquanto tu és aclamado fico sentada em algum canto sobre meio breu a esperar tua vinda em minha direção.
Como que totalmente deixada de lado, abandonada ! Penso que é a última vez que respirarei o mesmo ar que teus pulmões inspiram.
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Olhe como é fácil minha figura cair em devaneio! Nem lembro mais de ti. O som de jazz ao fundo confundiu minha concentração e até parece que já fostes embora, oh multidão!
tu deves estar pensando: "Que melancólica esta situação que estás a passar! Levanta-te um pouco mais menina!"
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Não sinta pena por mim - eu diria - seguirei afirmando até o fim de meus dias... que esta foi e será sempre a noite mais linda!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Não na sombra


Ao lembrar do caminho de retorno à casa -meu lar- comecei a querer poetizar! Chego em casa, corro, pego o lápis e passo a tarde toda tentando escrever.. o máximo de meu fracasso neste dia foi palavras soltas...

Estou neste meu porto alegre onde tudo é tão seguro.
Onde as luzes naturais estão todas tão acesas a minha espera.
Mas é preciso sair do aconchego abafado para então alcançar ruelas acalmantes.
Lugares onde posso repousar meus sorriso encabulado embaixo deste raio de sol.
Posso gastar um pouco do meu tempo em mim e ninguém poderá incomodar-me...
Estou desligada do resto desta percepção de espaço.
Pode ser os fones de ouvido impedindo de ouvir as buzinas a ecoar dos carros.
Tudo ocorre em alguma tarde de outubro ensolarada.
Minha alvidez reflete quase totalmente a claridade.
Como se a luz estivesse negando suas carícias em meu corpo.
É um algo de pele a mais.
São os meus poros querendo entender os sentidos para derreterem com o calor!
Não são surpresas... é a minha rotina de todos os dias repetidamente redundante!
Ao menos sei que existe conforto vindo dos céus...
mesmo não acreditando que lá existe o paraíso!
Só o silêncio.

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Os esses


E os esses dentro da cabeça...
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Soltos e Sentimentais.
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Sorri sorriso sensível.
Senti saudade saudável sem saber seu sentido.
Surpresa sádica soberana sobre sofrimento.
Sinceramente serei somente seu suor salgado.
Saliência sublime seriamente sobrecarregada sobre si.
Sim... Sim...
Silenciei seu silêncio.
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E os esses... Seguem sentindo sua seriedade.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Mãe

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(Amor meu grande amor! Mãe é coisa para se guardar no fundo do peito!)
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Ela é aquela mulher inconsequentemente imperfeita
que deu pulos e girou...
Sim, ela fez tantas besteiras.
Ela olhou para a vida e se sentiu insatisfeita,
querendo na juventude uma grande colheita.
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Ela dormiu e depois descobriu que havia passado tempo
e viu seus olhos se enxerem de medo.
Não havia absurdos para se colher
e ela teve que escolher
entre o que ela nao sabia e o que ela não queria.
Foi quando um dia sentiu chutes por dentro...
Ela não pode mais esconder esse segredo,
era nova vida vindo em seguida
para dar boas vindas!
e quem diria..
Ela realizou um grande desejo: "É uma menina!!"
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Quando um pedaço de nós
chega ao mundo e se despede sem dó
sentimos a maior dor do mundo
e o maior amor, o mais profundo.
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Essa mulher
que teme em ser covarde
e transforma sua mente e coração em seu maior contraste
é o ultimo ser do planeta que um dia será entendido (e quem sabe?),
é com ela que divido meus maiores conflitos.
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Até hoje sou carregada,
e depois das festas ela sempre me espera na entrada...
Como se o resto da vida fosse o nada,
e eu fosse o ar que ela inala!
Como pode dizer que sou seu bem que lhe acalma?
Sei que é meu sustento, pernas e meus movimentos.
Ama a mim e lhe devo tanto respeito.
Se a magoei.. essa não foi a intenção de meus sentimentos.
Pois seu nome está tatuado em meu peito
e lembrarei sempre do seu doce maternal beijo.
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domingo, 8 de julho de 2007

O lugar certo para aninhar-me



Os meus pensamentos e a minha companhia estão sentados a sós em frente ao oceano.



Não foi preciso mais ninguém para sentir-me confortável. Pude vestir uma leve camisola, pegar uma taça de vinho e gastar todo o meu tempo neste conforto... apenas divagando.


Bebericar e ouvir o resmungar do mar.

Aqui eu criei o meu paraíso sem maçãs para tentar a minha impureza.
O mais irônico é que sempre detestei este lugar... Com toda a sua aspereza a roçar meus pés.
Agora fico aqui a desculpar-me pelas ofensas que fiz a esta entidade tão silenciosa e tranquilizante. Mas devo fazer-te a advertência de que ainda não amo.
como se essa última frase ajudasse no entendimento do texto.
Digo.
Entenda como quiser... Simplesmente não amo.
Apenas estou tentando permanecer parada por mais de 5 minutos sem ouvir vozes humanas.
Permanecer só em frente ao que parece infinito para os meus olhos.
Isso é quase uma permissão para eu poder pecar!

Não há nada nem ninguém para observar minha figura.
O que for feito não será provado.
E eu que achei que aqui não haveria maçãs... ou serpentes.
Mas... minha taça já está vazia... pela 4ª vez!
Disseram uma vez, que a água traz à tona a lucidez do homem; então dirijo-me ao meu companheiro oceano cambaleando e resolvo unir-me a ele.

É frio e sufocante aqui embaixo.
Reconfortante.

domingo, 24 de junho de 2007

É tão estranho no momento


Há algum tempo atrás andei desejando.
Pensando em coisas que não pensava,
afinal... antes daquelas trocas de palavras tudo era o mesmo
Era normal e sonolento.
Entretanto eu fui obrigada a querer,
por que você me deu algo que não consigo entender.
Não decidi se isso foi insignificante ou simplesmente tudo para o meu ser.

Entre fantasias e a irrealidade ocorreu o choque.
Foi em uma quinta-feira que acordei do sonho.
Ocorreu uma desconexão,
perdi o sinal que matinha-me ligada em você.
E hoje caio todas a noites com um peso no pensamento,
sobre o meu travesseiro...
Acreditando que seria bom,
que poderia ser.
Madrugadas chegam e confundem-me.

Acabo ligando o rádio para ouvir um blues
e até sinto vontade de fumar um cigarro...
Então vou até à janela,
aproveito as temperaturas congelantes e sopro...
Coloco para fora meu ar cheio de calor,
como a fumaça do cigarro black de menta.
Assim é bom.
Mais fácil para a distração,
pois a minha janela tem vista para o nada.
Monotonia existe de sobra para pensar no que não devo.

Você sabia que eu costumava saber voar?
Costumava ir até pertinho da lua para poder namorar.
Não tive a chance de te levar para passear.
Quem sabe um dia iremos lá.
Quem sabe?
Parece ser nada de mais,
mas é tudo a mais.
E já que nada sabemos da vida,
um dia poderemos nos encontrar em plena avenida
um dia..


ah que bela vista.





sexta-feira, 22 de junho de 2007

.Me magoa, magoa-me.

Ahh... é mágoa.
Como já dizia Carolina em uma canção.
É um algo a mais que tira o sono
e depois devolve em dobro
é viver no silêncio dos meus pensamentos
pensando a seu respeito

Não é mais sobre o meu amor.
Não são sobre paixões fora do tom.
É mágoa.
É sobre suas palavras.
Que me maltratam e me rasgam
E agora você está me deixando de lado

Ou prefere bater no rosto?
Nem se importa...
quando escorre lágrimas de meu olho.
E já é difícil distinguir outros gostos.
De tão salgadas minhas lágrimas
E nem se importa com minhas falas
Então por que não me deixa fazer as malas?
Iria embora
E nem olharia para você quando passasse pela sala.

Mas continua me deixando interrompida
Você empacou minha vida
Você atrasou mais um dia
A liberdade da minha agonia
E eu nem sei por que escrevo aqui ainda.

É incrível.
Como sempre me faz chorar
Cada dia, toda hora
E quer o meu sorriso estampado enquanto me olha.
Não quero estar assim
Com medo inclusive de mim
De ter que fingir
Abaixar a cabeça
Queria que isso não fosse o início e sim o fim.

É mágoa

Mas que seja
Estou cansada de mais para reagir
Se for isso que você deseja
Continuarei convivendo com a sua tristeza
Que já se tornou minha
Enquanto tira palavras da minha boca
E seca a minha saliva
Busco em meu quarto a sabedoria
Por que quase sempre é melhor ficar sozinha
Do que em sua companhia.

É a minha mágoa.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

.Pobres anjos.




Fale-me de anjos.
Fale-me de demônios.
São tão próximos, tão similares..
Um provém do outro.
Num composto de inconsciência e dúvidas.
Reais e inexistentes, ficam soterrados na mente
Enuviando à frente...
Misturas de medos e prazeres insistentes
.
Fale-me de seus demônios...
Você sabe que males habitam o seu corpo?
Todos têm medos... todos têm anseios... todos têm desejos...
todos têm desespero...
e incrivelmente, somente seus demônios iram lhe entender.
Sábios e fúteis demônios.
Que acarretam todas as suas podridões
E os únicos q perdoam suas emoções.
.
E os tão ingênuos anjos?
Tão bonitos, sem problemas... sem conflitos.
Pra que existem?
Pense e perceba que foram criados apenas para uma missão.
A de enterrar o ódio no peito.. no próprio coração.
Para enfim originar o pecado original e carnal.
É apenas um pequeno demônio nascendo sem sentir os momentos.
é a indiferença.
.
Apesar do pânico e pavor,
planando em meus ombros
Estou cedendo.
Deixo que você roube o restante de luz em meus olhos.
O frio, o arrepio... sobe pela minha espinha.
E a culpa é minha, só minha
Que não liberto meus sonhos e pesadelos...
Tudo preso na minha cabeça.
Meu degradante confinamento.
Acalmem-se demônios... Sei que não lhes dou nenhum conforto.
.
Acho que é por isso..
Que vocês me perturbam durante o sono,
entre os meus sonhos.
Configurando-se em imagens pálidas,
congeladas na memória
Em constante fuga por uma vaga trajetória.
Tento disfarçar minha ânsia por vocês
A iniciante insanidade...
que está se cravando nas negras pupilas.
De um jeito tão covarde.
.
Amo a tontura leve e inebriante que começo a sentir
Seria você demônio maligno? Que voltou a me sucumbir?
Espero... Espero... Pela noite mais escura,
com minha alma não mais tola e pura.
Na escuridão, como se estivesse em meio a uma multidão
encontro-me só mas não perdida, divagando por uma cripta
em que determino daqui por diante, me enclausurar.
Prometo proteger apenas meus demônios.
Nunca mais irei amar e nem chorar.
Passarei o tempo todo esperando a lua chegar.
Por que meu sangue sobre o seu luar
Fica tão negro, com um brilho refletido em meu olhar.


ps: e o que restou para os pobres anjos?

sábado, 9 de junho de 2007

vanilla sky


As vezes, olhando para o céu, tenho a impressão que ele é feito de baunilha.
.
.
Chego a sentir cheiros.
.
Baunilha é doce e suave, traz lembranças ao sol.. quando lá fostes doce e suave.
.
Achei que poderia ser bom.
Mas que pena... não foi!
Grande ilusão.
Fostes doce comigo no princípio.
Mas só para enganar-me.
Só para esconder que és engordante!
Nunca mais como-te!

terça-feira, 5 de junho de 2007

É... eu admito.



Acordei no mesmo horário de sempre.
(redundância)
Levantei com a mesma preguiça de sempre.
(redundância)

Entretanto,
após tomar banho, escovar os dentes e cabelos, vestir-me e esquecer-me do frio...
Parei.
Motivo algum me atrapalhava, porém, ao ouvir dois garis discutindo na esquina de meu prédio e sentir grande frio na minha nuca com curtos cabelos molhados...
Parei.
Quis acolher-me entre edredons, junto aquele lençol elétrico que aquece os pés mais gelados do inverno.
Não fui.
Esqueces-te que eu ainda estava com cabelos molhados? Ainda por cima, ruivas de farmácia tendem a manchar fronhas frequentemente.

Então busquei algo para fazer e fingi não dar importância ao fato de estar fugindo de meus compromissos. O que me resta é escrever algo sem importância que ninguém irá ler.

Estava agora, lembrando-me de certa aula... onde filosofamos sobre o universo. Pense no deserto do Saara e um grão de areia de sua imensidão... podemos fazer essa comparação com os nosso sistema solar dentro da via Láctea. Agora imagine que a via Láctea não chega a ser um mínimo grão de areia dentro do universo, afinal, ele é infinito (?)!!
Realmente somos o nada!

Com tamanha insignificância de minha pessoa, resolvi parar.
Parar de lembrar de sentimentos e melodramas.
Praticamente não existo.
Chega a ser engraçada essa situação, será que alguém entraria em uma crise de existência ao pensar nas possibilidades do mundo?

Muita complexidade para o meu pequeno ser.

Comecei o texto entediada e agora mais estou, achei que palavras me trariam conforto, mas após permanecer sentada por demasiado tempo, os músculos adormeceram e o frio aumentou. Não adianta... Não há prosa que substitua o escritor e nem poesia que substitua o poeta. Calor humano é preciso.

Vou deitar... a fronha que se dane.