quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O tal ruim


Nos últimos tempos, enquanto as estações passavam, eu parei de escrever.

Agora eu preciso pregar meus sádicos momentos em palavras que permanecem para sempre. Para o meu bem. Para respirar um pouco mais e abertamente como se tivesse cheirado vick até desobstruir o cérebro todo.

Minha tragicômica realidade no último inverno, primavera e início de verão foi melodramática e "enozada"... Como barbantes de pipas antigas... Irritantes, nostálgicos e prestes a trazer um novo prazer.

A cada ano que passa eu preciso ter alguma decepção, do contrário a satisfação geral me causa algum desconforto. Eu costumo esperar por algo de ruim, e quanto mais espero, pior se torna o tal ruim... Que ele venha de uma vez! O meu tal ruim dos últimos tempos deixou-me tão pasma ao ponto de me afastar da poesia e das escritas. Foi surpresa decepcionante de como as pessoas não são o que vemos. Nada que me traumatize para sempre, afinal cá estou.

Nesse meio tempo, achei que estava apaixonada três vezes; quebrei a cara algumas vezes mais e me diverti de forma incontável. A forma de escape para a grande maioria das lamentações foi dançar. Acho que nunca o fiz de maneira tão vistosa, chamando olhares para perto. Olhares de depreciação, sexualidade, estranhamento e por momentos até inveja.

Por outro lado, acho que acabei engordando. Como sempre, faço dietas que não existem. Ou existem por dois a três dias: Segunda, terça e ligeiramente quarta. Não que eu me preocupe em demasia, por que pelas ruas não costumo ouvir comentários negativos... Porém existem os pais para sempre lembrar como o filho é imperfeito. Eles sempre fazem isso, lembram 80% das vezes das falhas, 10% dos acertos e 10% tentam esquecer dos filhos. Os meus gostam de me dizer que estou gorda, comprando propositalmente roupas menores do que minha numeração para obrigar-me a emagrecer.

O meu ano já está acabando, com grandes progressos. É, até que foi divertido. Eu beijei tanto o quanto eu queria, em mais bocas do que deveria... Dormi demais, exatamente como eu adoro fazer. Minha vida sexual não costumo comentar em textos biográficos, contudo, a vida é boa. E como meta para o ano que vem, procurarei um tratamento para a melhora da memória e da minha falta de atenção em situações necessárias.

Não gosto muito de escrever conclusões, elas sempre têm o mesmo tom. Então só digo que eu continuo a mesma: mudando constantemente para tornar-me cada vez mais inconstante.

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