Choro para sempre, a perda do que não foi.
O gosto desconhecido, o rancor não dito.
A risada perante a comida queimada, que não foi assada.
A preguiça de arrumar a cama amarrotada, cheia de sexo, que nem foi usada.
A mordida e a cócega dilacerante, que eu nunca gritei para interromper.
O pedido para trocar de posição e aliviar as pernas que estariam dormentes.
A exaustão completa até a perda da fala que tu me darias.
O repouso em meu seio na madrugada que nem anoiteceu.
A piada sem graça que nunca ririas.
A nossa fuga completa para o inexistente.
Para nós.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
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