Não quis me importar.
Só deixar sentimento por ai,
bambolear nos travesseiros
pensando no pôr do cais.
Deitar no breuzinho do quarto
esperando até os mirantes marejarem,
lágrimas encaminhando-se para o meu traje.
Amanhã tomarei um trago.
Molhar a garganta
de tão ressecado o resto...
Esquecer que estivemos tão perto,
lembrar de esquecer que a lembrança não adianta.
Escrevi um poema triste
exatamente como não queria,
canso de reclamar da vida.
Defeito meu que me inibe.
Sonharei com o gasômetro,
seu frio num leve suspiro,
Nós papeando...
E o sol morrendo no "lago-rio".