sábado, 24 de novembro de 2007

fervente


É no banho que mais sinto falta.
Água forte, grande pressão,
minha pele lisa naquele azulejo
distração... e quase vou-me ao chão
cadê a tua grande mão cálida?

Escorre de mim todo o furor,
comporto-me molemente.
Chego a lembrar do toque
por baixo desta água quente
minha pele tão branca
já está a mudar de tom

Torno-me avermelhada,
mas já nem sei o motivo.
Rubor pelo embaraçamento de lembranças?
Ou a temperatura deste box no qual me iriso...

Ah quanta besteira!
Tanta falação por uma carência.
Músculos relaxados,
vou abrir a torneira ao lado.
Solto um gemido aflito
e agora é outro sentido que sinto

É água correndo ralo abaixo
são vontades indo
e no lugar só o meu frio.