Violão na mão dele
indelicadamente.
Como se segurasse o corpo da ex amante.
Ele acaricia e amacia,
torna afinado e depois desafina
inacabado como antes.
Tocando as cordas
puxando e soltando.
A boca ao microfone bufando
enquanto ele transpira.
A precisão nas mãos
tremelicando dedos nas curvas amadeiradas.
Olhos chapados,
baixos
como estavam depois de seu último orgasmo
Solta um grito abafado
que mais parece um gemido fingido.
Roça o objeto por todos os lados
depois esquece a noite que teve comigo.
Afinal, meu corpo nunca foi violão,
tava mais pra pêra.