domingo, 24 de junho de 2007

É tão estranho no momento


Há algum tempo atrás andei desejando.
Pensando em coisas que não pensava,
afinal... antes daquelas trocas de palavras tudo era o mesmo
Era normal e sonolento.
Entretanto eu fui obrigada a querer,
por que você me deu algo que não consigo entender.
Não decidi se isso foi insignificante ou simplesmente tudo para o meu ser.

Entre fantasias e a irrealidade ocorreu o choque.
Foi em uma quinta-feira que acordei do sonho.
Ocorreu uma desconexão,
perdi o sinal que matinha-me ligada em você.
E hoje caio todas a noites com um peso no pensamento,
sobre o meu travesseiro...
Acreditando que seria bom,
que poderia ser.
Madrugadas chegam e confundem-me.

Acabo ligando o rádio para ouvir um blues
e até sinto vontade de fumar um cigarro...
Então vou até à janela,
aproveito as temperaturas congelantes e sopro...
Coloco para fora meu ar cheio de calor,
como a fumaça do cigarro black de menta.
Assim é bom.
Mais fácil para a distração,
pois a minha janela tem vista para o nada.
Monotonia existe de sobra para pensar no que não devo.

Você sabia que eu costumava saber voar?
Costumava ir até pertinho da lua para poder namorar.
Não tive a chance de te levar para passear.
Quem sabe um dia iremos lá.
Quem sabe?
Parece ser nada de mais,
mas é tudo a mais.
E já que nada sabemos da vida,
um dia poderemos nos encontrar em plena avenida
um dia..


ah que bela vista.





sexta-feira, 22 de junho de 2007

.Me magoa, magoa-me.

Ahh... é mágoa.
Como já dizia Carolina em uma canção.
É um algo a mais que tira o sono
e depois devolve em dobro
é viver no silêncio dos meus pensamentos
pensando a seu respeito

Não é mais sobre o meu amor.
Não são sobre paixões fora do tom.
É mágoa.
É sobre suas palavras.
Que me maltratam e me rasgam
E agora você está me deixando de lado

Ou prefere bater no rosto?
Nem se importa...
quando escorre lágrimas de meu olho.
E já é difícil distinguir outros gostos.
De tão salgadas minhas lágrimas
E nem se importa com minhas falas
Então por que não me deixa fazer as malas?
Iria embora
E nem olharia para você quando passasse pela sala.

Mas continua me deixando interrompida
Você empacou minha vida
Você atrasou mais um dia
A liberdade da minha agonia
E eu nem sei por que escrevo aqui ainda.

É incrível.
Como sempre me faz chorar
Cada dia, toda hora
E quer o meu sorriso estampado enquanto me olha.
Não quero estar assim
Com medo inclusive de mim
De ter que fingir
Abaixar a cabeça
Queria que isso não fosse o início e sim o fim.

É mágoa

Mas que seja
Estou cansada de mais para reagir
Se for isso que você deseja
Continuarei convivendo com a sua tristeza
Que já se tornou minha
Enquanto tira palavras da minha boca
E seca a minha saliva
Busco em meu quarto a sabedoria
Por que quase sempre é melhor ficar sozinha
Do que em sua companhia.

É a minha mágoa.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

.Pobres anjos.




Fale-me de anjos.
Fale-me de demônios.
São tão próximos, tão similares..
Um provém do outro.
Num composto de inconsciência e dúvidas.
Reais e inexistentes, ficam soterrados na mente
Enuviando à frente...
Misturas de medos e prazeres insistentes
.
Fale-me de seus demônios...
Você sabe que males habitam o seu corpo?
Todos têm medos... todos têm anseios... todos têm desejos...
todos têm desespero...
e incrivelmente, somente seus demônios iram lhe entender.
Sábios e fúteis demônios.
Que acarretam todas as suas podridões
E os únicos q perdoam suas emoções.
.
E os tão ingênuos anjos?
Tão bonitos, sem problemas... sem conflitos.
Pra que existem?
Pense e perceba que foram criados apenas para uma missão.
A de enterrar o ódio no peito.. no próprio coração.
Para enfim originar o pecado original e carnal.
É apenas um pequeno demônio nascendo sem sentir os momentos.
é a indiferença.
.
Apesar do pânico e pavor,
planando em meus ombros
Estou cedendo.
Deixo que você roube o restante de luz em meus olhos.
O frio, o arrepio... sobe pela minha espinha.
E a culpa é minha, só minha
Que não liberto meus sonhos e pesadelos...
Tudo preso na minha cabeça.
Meu degradante confinamento.
Acalmem-se demônios... Sei que não lhes dou nenhum conforto.
.
Acho que é por isso..
Que vocês me perturbam durante o sono,
entre os meus sonhos.
Configurando-se em imagens pálidas,
congeladas na memória
Em constante fuga por uma vaga trajetória.
Tento disfarçar minha ânsia por vocês
A iniciante insanidade...
que está se cravando nas negras pupilas.
De um jeito tão covarde.
.
Amo a tontura leve e inebriante que começo a sentir
Seria você demônio maligno? Que voltou a me sucumbir?
Espero... Espero... Pela noite mais escura,
com minha alma não mais tola e pura.
Na escuridão, como se estivesse em meio a uma multidão
encontro-me só mas não perdida, divagando por uma cripta
em que determino daqui por diante, me enclausurar.
Prometo proteger apenas meus demônios.
Nunca mais irei amar e nem chorar.
Passarei o tempo todo esperando a lua chegar.
Por que meu sangue sobre o seu luar
Fica tão negro, com um brilho refletido em meu olhar.


ps: e o que restou para os pobres anjos?

sábado, 9 de junho de 2007

vanilla sky


As vezes, olhando para o céu, tenho a impressão que ele é feito de baunilha.
.
.
Chego a sentir cheiros.
.
Baunilha é doce e suave, traz lembranças ao sol.. quando lá fostes doce e suave.
.
Achei que poderia ser bom.
Mas que pena... não foi!
Grande ilusão.
Fostes doce comigo no princípio.
Mas só para enganar-me.
Só para esconder que és engordante!
Nunca mais como-te!

terça-feira, 5 de junho de 2007

É... eu admito.



Acordei no mesmo horário de sempre.
(redundância)
Levantei com a mesma preguiça de sempre.
(redundância)

Entretanto,
após tomar banho, escovar os dentes e cabelos, vestir-me e esquecer-me do frio...
Parei.
Motivo algum me atrapalhava, porém, ao ouvir dois garis discutindo na esquina de meu prédio e sentir grande frio na minha nuca com curtos cabelos molhados...
Parei.
Quis acolher-me entre edredons, junto aquele lençol elétrico que aquece os pés mais gelados do inverno.
Não fui.
Esqueces-te que eu ainda estava com cabelos molhados? Ainda por cima, ruivas de farmácia tendem a manchar fronhas frequentemente.

Então busquei algo para fazer e fingi não dar importância ao fato de estar fugindo de meus compromissos. O que me resta é escrever algo sem importância que ninguém irá ler.

Estava agora, lembrando-me de certa aula... onde filosofamos sobre o universo. Pense no deserto do Saara e um grão de areia de sua imensidão... podemos fazer essa comparação com os nosso sistema solar dentro da via Láctea. Agora imagine que a via Láctea não chega a ser um mínimo grão de areia dentro do universo, afinal, ele é infinito (?)!!
Realmente somos o nada!

Com tamanha insignificância de minha pessoa, resolvi parar.
Parar de lembrar de sentimentos e melodramas.
Praticamente não existo.
Chega a ser engraçada essa situação, será que alguém entraria em uma crise de existência ao pensar nas possibilidades do mundo?

Muita complexidade para o meu pequeno ser.

Comecei o texto entediada e agora mais estou, achei que palavras me trariam conforto, mas após permanecer sentada por demasiado tempo, os músculos adormeceram e o frio aumentou. Não adianta... Não há prosa que substitua o escritor e nem poesia que substitua o poeta. Calor humano é preciso.

Vou deitar... a fronha que se dane.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

eu digo, tu dizes, ele diz, nós dizemos...


Senhora gorda e baixa levanta-se da poltrona com o seu crochê e vai atender a campainha que que já toca a 2 minutos.
-
Porta abre.
Porta range.
Do outro lado encontra-se senhora curvada e magrela, com um olhar taciturno que espera de forma paciente.
-
Quando os dois olhares turvos por trás dos 'óclinhos' se cruzam, monotonia não mais existe.
Sorrisinhos de dentes amarelos, dentaduras. Manchas do cigarro proibido na época de juventude.
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Entram.
-
Qual seria a Zetilde e qual seria a Adiles?
-
-
Ao sentarem-se, o silêncio faz os ratos pensarem que as portas estão se abrindo novamente. rangindo novamente. Como sempre.
-
Zetilde: Estás atrasada!
Adiles: Sim, eu notei.
Zetilde: Iremos tomar chá?
Adiles: Sabes que não gosto de chá! Por que sempre pergunta-me isso? Quero algo mais 'quente'..
Zetilde: Desculpe-me, alguns dizem-me que é esclerose. Não lembro ao certo. Seria esse o nome? Esclerose?
Adiles: Se és não lembro-me.
(...)
zetilde: Vistes nossos novos vizinhos? Rapaz bonito, mas acho q a mocinha que o acompanha não serve para o propósito correto.
Adiles: Pois então, na nossa época servíamos para o propósito correto.
Zetilde: Todos diziam isso... "Ricas meninas"!
adiles: Voltando aos vizinhos... Não consigo acostumar-me com essa gente. Não nos compreendem apenas por que falamos dessas coisas!
Zetilde: Eu FALO, já tu.. tu gritas! Estás ficando surda!
Adiles: Hein?
Zetilde: SURDA!
Adiles: Ah! A causa deve ser os velhos tempos dos lindos bailes!
Zetilde: Arrepende-te?
Adiles: Oh! claro que não!
zetilde: bons tempos...
Adiles: Éramos as quem mais divertiam-se!
zetilde: É, mas éramos julgadas por isso.
Adiles: Nada importava e nem importa. Os tempos de cabaré foram os melhores anos da minha vida.
Zetilde: É, na minha também.