quarta-feira, 20 de junho de 2007

.Pobres anjos.




Fale-me de anjos.
Fale-me de demônios.
São tão próximos, tão similares..
Um provém do outro.
Num composto de inconsciência e dúvidas.
Reais e inexistentes, ficam soterrados na mente
Enuviando à frente...
Misturas de medos e prazeres insistentes
.
Fale-me de seus demônios...
Você sabe que males habitam o seu corpo?
Todos têm medos... todos têm anseios... todos têm desejos...
todos têm desespero...
e incrivelmente, somente seus demônios iram lhe entender.
Sábios e fúteis demônios.
Que acarretam todas as suas podridões
E os únicos q perdoam suas emoções.
.
E os tão ingênuos anjos?
Tão bonitos, sem problemas... sem conflitos.
Pra que existem?
Pense e perceba que foram criados apenas para uma missão.
A de enterrar o ódio no peito.. no próprio coração.
Para enfim originar o pecado original e carnal.
É apenas um pequeno demônio nascendo sem sentir os momentos.
é a indiferença.
.
Apesar do pânico e pavor,
planando em meus ombros
Estou cedendo.
Deixo que você roube o restante de luz em meus olhos.
O frio, o arrepio... sobe pela minha espinha.
E a culpa é minha, só minha
Que não liberto meus sonhos e pesadelos...
Tudo preso na minha cabeça.
Meu degradante confinamento.
Acalmem-se demônios... Sei que não lhes dou nenhum conforto.
.
Acho que é por isso..
Que vocês me perturbam durante o sono,
entre os meus sonhos.
Configurando-se em imagens pálidas,
congeladas na memória
Em constante fuga por uma vaga trajetória.
Tento disfarçar minha ânsia por vocês
A iniciante insanidade...
que está se cravando nas negras pupilas.
De um jeito tão covarde.
.
Amo a tontura leve e inebriante que começo a sentir
Seria você demônio maligno? Que voltou a me sucumbir?
Espero... Espero... Pela noite mais escura,
com minha alma não mais tola e pura.
Na escuridão, como se estivesse em meio a uma multidão
encontro-me só mas não perdida, divagando por uma cripta
em que determino daqui por diante, me enclausurar.
Prometo proteger apenas meus demônios.
Nunca mais irei amar e nem chorar.
Passarei o tempo todo esperando a lua chegar.
Por que meu sangue sobre o seu luar
Fica tão negro, com um brilho refletido em meu olhar.


ps: e o que restou para os pobres anjos?