quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Brinquedos e doces




Lembro com tantos detalhes daquele lugar onde passamos tantas tardes a brincar.
Era um brinde à felicidade.. e brincávamos de paganismo sem saber ao certo se acreditávamos em algo além de nossos umbigos.


Era amor doce de açúcar caramelado grudando nossos dedos para eles nunca separarem-se.
A eternidade nos esperava.
Eu entornei toda a minha felicidade sobre tuas feridas.
Eu catei os cacos que se desprendiam de tua pele cuidadosamente e os colava de volta com Coca-Cola, teu grande vício naquela época.

Em algum segundo achei que haveria mais futuros neste mundo de fantasias.

Eu estava a salvo ao teu lado, atrás daqueles muros que criamos com todos aqueles gibis e cds bregas da infância.
Contigo ouvi a primeira música em francês, contei e acreditei nas primeiras mentiras.

Nós caímos por todos os lados e nunca choramos pelo que foi enterrado vivo.
Foi semente.
Anos enterrada e crescendo para aflorar em algum novo segundo.
Durante todo esse tempo nem sabíamos por onde andávamos.

Dias, meses, anos... Eu me protegi.
Proteção dada ao meu coração através do sentimento de nostalgia, e tudo por causa de toda essa afeição e apego que nunca esqueci. Algo bateu em nossas cabeças e percebemos que não havia motivo para todo este desentendimento sem o mínimo fundamento.

Como crianças que acabaram de se conhecer, cada novidade vira um brinquedo ou um doce... Redescobrimos nossa história que transforma-se em uma felicidade notória.