domingo, 21 de outubro de 2007

Adornos







Espelho meu...


Visto-me de futilidades a enfeites da cabeça aos pés.
Uma decoração corporal em que me viciei para sempre.
Mudo olhos, mudo boca, mudo cabelos.
Pinto, cubro, desboto,
eu vigio os meus poros.

Podes dizer o que te vier a cabeça,
podes chamar-me de falsa e fingida.
Eu já sei o que tu pensas.
Vais dizer que eu engano.
Ah! Eu não importo-me com tua falta de encanto.

Apesar de todos esses adornos,
Garanto-me como figura bem quista nos meios populares.
Sei que o essencial não é visível
como o som da risada vinda de dentro dos lares.

Estás vendo só a capa amigo.
Deixe-me baguçar,
passar o batom, o pó, o rímel..
Deixe-me rebocar!
É só conforto pessoal,
tudo dando vida e mais cores à pele pálida,
cuja a tez parece tão fria e ensolarada.

Serei assim,
afugentando imperfeições.
Na pele, na vida e nas paixões.
Estou cuidando de mim.





Não vivo sem maquiagem.