terça-feira, 20 de maio de 2008

Relato de uma noite sóbria


Se não fosse a falta de grana, eu sairia com mais freqüencia nestas noites de porto alegre. Já andei por muitos bares por ai, e sempre ganhando alguma cerveja de graça de algum cara tentando ser engraçado ou algum amigo boa praça.

Eis que nesse último sábado compareço a uma festa no madrigal, famoso putero da farrapos, onde até a entrada é por trás... Digo!

Hm... não vi nada de tão escabroso e surpreendente. A esquina da rua de trás, sempre foi tomada por travestis e mulheres, ou só travestis mesmo, que eu costumava visitar de carro nas madrugadas chatas e entediantes da cidade. Eis que via algum(a) negão(ona) com uma bunda tão redondamente grande quanto a da mulher melância. Meus amigos gays e eu gritávamos: BEYÓÓÓÓÓNCEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!

No entanto, havia apenas um travesti na esquina, nesse sábado. Pensei que o resto deveria estar dentro do putero.

Após meia hora de uma grande fila, eu entro na brilhantina da noite e logo avisto os famosos "queijinhos". Há tempos atrás, tinha dançado nesses acessórios de palco enlouquecidamente com minhas amigas, algumas fotos comprovam. Na ocasião tiveram aqueles que pediram mais e outros que acharam o show fraco... Mas então, tive a desculpa de estar apenas brincando e de estar bêbada. Raras vezes me deparei com bêbadas realmente sexys.

O engraçado é que no sábado eu não estava nada bêbada e nada sexy, o meu vestido ia quase até o chão. Eu não estava me importando com ninguém naquela noite na verdade, e vesti o que eu vi primeiro no armário... A infelicidade foi quando um cara, que eu pego de vez em quando, veio me dizer que era a pior roupa que ele já tinha me visto usar. Tá, foda-se... Mas não me olhei da mesma forma no espelho no resto da noite.

E comecei a beber todas as cervejas que eu via alguém segurando.

Dancei com meus gays, beijei algum, ri das conhecidas chapadas, me perdi umas 5 vezes entre uma pista e outra. O mais difícil era levantar o vestido até o meio das coxas pra dançar no pau de puta e ter cordenação para rebolar até o chão e agarrar aquele que tivesse dançando junto(e o agarrar era pra não cair viu?).

Num momento meio cansada/zonza, fui para pista menor com uma amiga... sentei num sofá bem confortável... quando de repente começa a tocar EDITH PIÁF, La vie en rose!
NÃÃÃÃÃO.
Eu não sabia se ria ou chorava, minha amiga e eu nos olhávamos incrédulas do fato e ouviamos aquela versão remixada... Enquanto as imagens de mulheres peladas em todas as paredes teimavam em fazer caras vulgares e biquinhos para nós.

Foi o fim da picada... Se bem que picas lá dentro não faltaram, cada vez que passava uma mulher gostosa, eu desconfiava que não era beeem uma mulher. ENFIM.

Teve momentos super gracinhas também, como na hora em que um vô de uns 82 anos ficou rindo pra mim com uma lindíssima dentadura e dando uma piscadinha... além de mostrar o bolso com dinheiro. MEO DEOS

Naquele fim de noite decadente, sentei na beira do palco e fiquei assistindo o showzinho de um casal quase se comendo. Depois, abracei meu amigo(que eu tinha conhecido na mesma noite) e fomos embora de táxi o mais rápido possível.

Uma amiga ficou mais algum tempo e depois foi embora a pé pela farrapos. Ela descobriu que está disperdiçando talento, 15 carros pararam querendo fazer um "programa"...

HAHAHA
Fim.