domingo, 8 de julho de 2007

O lugar certo para aninhar-me



Os meus pensamentos e a minha companhia estão sentados a sós em frente ao oceano.



Não foi preciso mais ninguém para sentir-me confortável. Pude vestir uma leve camisola, pegar uma taça de vinho e gastar todo o meu tempo neste conforto... apenas divagando.


Bebericar e ouvir o resmungar do mar.

Aqui eu criei o meu paraíso sem maçãs para tentar a minha impureza.
O mais irônico é que sempre detestei este lugar... Com toda a sua aspereza a roçar meus pés.
Agora fico aqui a desculpar-me pelas ofensas que fiz a esta entidade tão silenciosa e tranquilizante. Mas devo fazer-te a advertência de que ainda não amo.
como se essa última frase ajudasse no entendimento do texto.
Digo.
Entenda como quiser... Simplesmente não amo.
Apenas estou tentando permanecer parada por mais de 5 minutos sem ouvir vozes humanas.
Permanecer só em frente ao que parece infinito para os meus olhos.
Isso é quase uma permissão para eu poder pecar!

Não há nada nem ninguém para observar minha figura.
O que for feito não será provado.
E eu que achei que aqui não haveria maçãs... ou serpentes.
Mas... minha taça já está vazia... pela 4ª vez!
Disseram uma vez, que a água traz à tona a lucidez do homem; então dirijo-me ao meu companheiro oceano cambaleando e resolvo unir-me a ele.

É frio e sufocante aqui embaixo.
Reconfortante.